IFMS

Fundado em 24 de fevereiro de 2005 e tem realizado diversas atividades. Suas ações têm o intuito de valorizar a Cultura castelense. Para tanto, o ponto de partida desta empreitada é revitalização do Casarão da Fazenda do Centro. Esse projeto que envolve os cuidados com a arquitetura, a ocupação física e o desenvolvimento de atividades auto-sustentáveis preocupadas com a Cultura, a sociedade e a economia local.

       A Instituição firmou convênio com o Ministério da Cultura para aquisição de equipamentos e mobiliários para implantação do Centro Cultural do Casarão da Fazenda do Centro. Como contrapartida a este projeto, o Instituto Frei Manuel Simón realizou o Programa de Desenvolvimento do Artesanato Local, aprovado pelo MINC, com o apoio da Prefeitura Municipal de Castelo. O IFMS foi considerado pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, e realizou vários cursos de capacitação: Hospedagem Rural, Trabalhador Rural na Produção de Conservas Vegetais, Trabalhador Rural na Manipulação do Pescado, Pathwork e outros, além de palestras sobre diversos temas, como “Agroturismo e oportunidades de negócio” e “A Importância do Design no Artesanato”, em parceria com o SENAR, o Sindicato Rural Patronal de Castelo e SEBRAE. Com esses parceiros há a programação de oferecer, periodicamente, cursos para os moradores de todo o Vale do Caxixe e de outras comunidades castelenses. Além disso, a comunidade local é sensibilizada quanto à necessidade de preservação do Meio Ambiente e nesse processo, a SAVAC e Secretaria Municipal de Meio Ambiente, tem agido com eficiência junto à entidade, dando o apoio técnico e humano.

        Todos os caminhos para a melhor vivência no município são trilhados pelo IFMS. Esta OSCIP entende que a Cultura, embora seja um conceito amplo, tem no homem a sua raiz e nas relações dele com sua terra um meio eficaz de desenvolvimento.

            Desta forma, desde o ato de catar as sementes aos estudos mais elaborados de preservação do habitat humano são incentivados. Além disso, o cultivo das tradições é feito especialmente no ato de ouvir cada indivíduo que faz parte dessa comunidade e tem a vontade de manter viva a sua Memória. Baseada nesta proposta, a Instituição firmou convênio com a Secult, em 2011, através de Edital – Diversidade Cultural, para realização de Documentário com o tema “Lembranças Camponesas”.

      Tanto o acervo fotográfico, quanto o mobiliário do IFMS é composto, essencialmente, de contribuições. Diante desse fato, pode-se reconhecer a comunidade castelense como sujeito ativo e responsável pela construção de uma identidade Cultural única e rica de valores.

BIOGRAFIA

Padre Fr. Manuel Simón

Nasceu na Espanha, em 1862 e em 21 de maio de 1899, chegava a Vitória, Espírito Santo, sendo o primeiro padre Agostiniano que entrou no Estado.

              No dia 14 de julho, foi nomeado pároco de Anchieta, que abrangia todo o litoral do Estado e incluído Alfredo Chaves.

                  Tomou posse , em 14 de julho de 1899, na Paróquia Nossa Senhora da Assunção em Anchieta-ES, por portaria do Exmo. Sr. Dom João Batista Nery, que naquele tempo era o digno Bispo da Diocese. No mês de agosto do mesmo ano foi designado como companheiro do frei Manuel, o Frei José Chivete das Dores, com o título de coadjuntor das Paróquias de Guarapari e Anchieta. Outro companheiro foi padre Máximo Tabuenca que era encarregado da Paróquia de Itapemirim, também como coadjuntor da mesma Paróquia, enquanto Frei José Chivete era cooadjuntor da Paróquia de Guarapari.

                 A partir de 1910, frei Manuel Simón sem deixar de visitar as comunidades da Costa, começou a viver com mais de dez famílias,  na Fazenda do Centro; a maioria procedente das colônias espalhadas por Anchieta, Guarapari e Alfredo Chaves. Entregou-se de corpo e alma à percorrer todo interior destas colônias num trabalho missionário, profícuo e exaustivo. No mesmo ano, foi também empossado, na Paróquia de Guarapari, tendo como companheiro Frei José Chivete. Usava o sistema de “fabriqueiros” espirituais, assumindo inclusive as funções do sacerdote. Esteve presente também em Linhares, Santa Cruz, Conceição da Barra, Itaúnas, Vila do Itapemirim e de Pau-Gigante (hoje Ibiraçu) e Alegre.

              Em Guarapari e Anchieta, foram onze anos de verdadeiro apostolado; podendo muito bem orgulhar-se de ter trabalhado como missionário apostólico, em toda a extensão da Palavra. Em Guarapari, uma Paróquia tão extensa, composta de mais de oitenta capelas abrangendo uma extensão de quase vinte léguas, com estradas, muitas vezes impossíveis de transitar, entendendo que todas as viagens foram feitas no “lombo do burro”. A vida de Frei Manuel, ali, levou durante onze anos. Foi uma vida de sacrifícios extremado; não tinha residência fixa; ia sempre de capela em capela, parando quatro dias aqui, cinco ali e assim passaram os onze anos.

              Em 14 de junho de 1914, Frei Manuel entregou a Paróquia de Anchieta e no dia 24 do ano em curso, a Fazenda do Centro transformou-se em residência dos Agostinianos Recoletos, cumprindo cada vez mais a obra social de frei Manuel.

              Em 1916, foi concedida aos agostinianos ali residentes, a permissão de atender, espiritualmente, toda aquela região adquirida é comum este ato, ocorrido entre 1902 e 1918, ser tomado como sendo a primeira Reforma Agrária do Brasil, chegando alguns a afirmarem ter sido a primeira da América Latina. O mentor dessa empreitada foi do empreendedor Frei Manuel Simón.

              Em 1915, neste ano, atendendo ao Bispo, ficou vinte dias frente da Paróquia de Alegre.

             Adquiriu com muitos suores e sofrimentos, tanto físicos como morais a Fazenda do Centro. Segundo frei Máximo Tabuenca, seria necessário escrever um livro inteiro para explicar os trabalhos verdadeiramente apostólicos que Frei Manuel realizou.

               Entre os muitos fiéis que viviam na grande Paróquia, existiam alguns imigrantes Italianos que desejavam comprar terra para trabalhar. Compartilhando com seus anseios, Frei Manuel pesquisou e achou terras disponíveis. Encontrou, em Castelo, uma propriedade semi-abandonada, desejando, alguns herdeiros dispor de seus direitos. Após repetidas viagens à Fazenda do Centro tudo foi acordado.

              No dia 21 de novembro a Fazenda do Centro, num total de 1.520 alqueires. Tudo combinado, reservou 130 alqueires para formar um patrimônio da Congregação e o resto, 1264 alqueires foi revendidos aos interessados.

               Dom Cavati, na História da Imigração Italiana, pág. 154, comenta assim” Cada lote correspondia a dez alqueires e era vendido a um preço de Um Cento de Réis(1.000$000) com cinco anos de carência e mais cinco anos para o pagamento total. Durante um ano, as famílias estabelecidas, nos respectivos lotes, eram alimentadas pelos padres Agostinianos.

                Assim, começou o Núcleo colonial da Fazenda do Centro; dá a entender, que é o primeiro processo de Reforma Agrária no Brasil.

                Frei Manuel Simón tendo sob sua liderança um grupo de italianos, incluindo muitos Trentinos (Bernabé, Libardi, Vettorazzi e outros) abandonaram as terras no IV Territorio da ex-colônia de Rio Novo para mudarem-se para a Fazenda do Centro, área de Castelo.

               Frei Manuel foi o grande empreendedor dessa obra colonial.

               Entre 2012 e 2013, José Mariano, sócio na compra da Fazenda, sem possibilidades de saldar seus compromissos e dívidas, vendo-se perdido, não só se incodava com a ruína de Frei Manuel, ao contrário comentava-a. Assim, começaram as verdadeira amarguras de Frei Manuel, não teve mais sossego até o ponto de, por várias vezes ser ameaçado de revólver, em punho, pelo seu infeliz sócio, até o ponto de ter que sair do Centro e transferir-se para Anchieta, de onde esteve até março de 1913. Somente voltou para a Fazenda após a difícil negociação da saída do sócio, através de várias intervenções de Frei Máximo.

                Devido a grandes aborrecimentos que surgiram com a compra e em da Fazenda, pois chegou a ser hipotecada pelo Banco do Brasil. O coração de Frei Manuel começou a dar sinais de fraqueza. Em 1915, por motivos de saúde foi transferido para Ribeirão preto SP. Em seguida, embarcou para a Espanha, pensando em melhores recursos. Naquela época, o tratamento era bem precário e em 1923, voltou ao Brasil, bastante abatido.

                  No dia 19 de junho de 1936, falecia em Ribeirão Preto, SP., por problemas respiratórios.

 Fonte de Pesquisa:

Acervo do Instituto Frei Manuel Simón

Frei Juan Echávarri Asiain – Fatos Notáveis e Roteiro de Frei Manuel Simón

Sérgio Peres de Paula- Fazenda do Centro Imigração Italiana no sul do Espírito Santo.

Renzo M. Groselli – Collonie Imperiali Nella Terra Del Caffè

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