Todo ano, em setembro, Ao pé da Cruz, Rezávamos a Deus Pai, Rogando bençãos pros animais. Que ele nos livrasse das pestes E outros males mais.
Ainda bem cedo, Partíamos todos em procissão, Até o cume do morro, Cantando e louvando…
“Bendita e louvada seja, No céu, a divina luz E nós também, na terra, Louvemos a Santa Cruz…”
(…)
Encerrada a missa, sob o sol, Frei João ou Frei Jesus Abençoava o povo, os animais.
Á tarde, depois do cachorro quente Servido no Barracão da Fazenda, Era dado início ao leilão. Nesta hora, chegavam os políticos, Fazendeiros, gente toda da região. As prendas eram esmola, doação Dos fiéis da redondeza Para afastar a maldição… E para uma boa arrecadação.
Viam-se galos, galinhas… Garrotes, vacas e porcos… como manda a tradição. Tudo, tudo pra afastar a maldição.
‘A nós descei, Divina luz…”
Autora: Maria José Vettorazzi Livro Sob os Segredos do Tempo
— Instituto Frei Manuel Simón “PRESERVANDO O PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DE CASTELO”
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