O Integralismo e a Fazenda do Centro.
O Integralismo foi um partido político que surgiu, no Brasil, na Década de 1930, de caráter ultranacionalista; fundado por Plínio Salgado. Eram conhecidos como Camisas-Verdes. tinham o lema “Deus, Pátria e Família”, foi extinto por Getúlio Vargas, no ano de 1937.
O ano de 1938, na fazenda do centro, foi muito instável por uma série de fatores. A princípio, Frei Manuel Simón, havia falecido; foi um ano marcado pela política no âmbito Nacional e Mundial, por tais fatores:
Início da Segunda Guerra Mundial;
A situação política nacional, estava muito complicada;
Na região Sul do espírito Santo, havia grande tendência ao Integralismo;
Na Espanha, acontecia a Guerra Civil, onde era a sede da Ordem Agostiniana; o que aumentava muitas suspeitas políticas sobre os padres Agostinianos da fazenda;
Frei Máximo Tabuenca que atuava na fazenda do Centro também era um simpatizante de alguns posicionamentos desse partido.
esses fatores, contribuíram com a idéia de que a Fazenda era um “Foco do Partido Político” liderado pelo Frei. houve perseguição na região. Certa vez, a Fazenda foi revistada por soldados que procuravam armas e assim prender o Frei. No entanto, eles foram recepcionados com muito respeito e um bom café. Os soldados assim foram embora sem encontrar armas e nem provas para prender o Frei. No entanto, os padres e a comunidade, passaram várias noites sem dormir, temendo um outro ataque inesperado dos policiais; isto por causa de boatos infundados envolvendo política.
Contudo, nessa época, muitos imigrantes Italianos aderiram ao integralismo; o que custou caro a colônia Italiana. O resultado disso, no Governo de Vargas foi perseguição, violência e em alguns casos até a proibição de falar a língua mãe.
Na Itália dos anos 30, o governo de Mussolini ganhava força, com seu discurso nacionalista de revolucionar a Itália, transformando-a em um país forte, poderoso. Isso chamou a atenção de muitos imigrantes aqui no Brasil, que se encantaram com as ideias que prometiam mudar seu país de origem. Por outro lado, no Brasil, o Integralismo surgiu com um discurso semelhante, que chamou a atenção destes imigrantes que queriam o melhor para o país que os receberam de braços abertos.
Na fazenda do Centro não foi diferente; muitas famílias de imigrantes ali residentes faziam parte do partido, mas grande maioria não tinha consciência do que representava, e se inscreveram no partido pelos discursos bonitos e inflamados de Plínio Salgado. O líder Integralista da comunidade era o Farmacêutico Antônio Roberto Feitoza. No livro “Lembranças Camponesas” que relata este período, mostra um pouco do discurso de Roberto na comunidade e como era o pensamento político da época:
“Se non judá Plínio Salgado, nois tamo sacrificado, porque ton dizendo que o comunismo vem aí. e como é que nois vamo ficá, que eles von tomá nossa tera tuda ?”
no entanto, com o fim do partido, e a repressão do governo; o medo se instaurou por muito tempo na comunidade. Falar do partido nas reuniões de amigos ou até em família, era assunto proibido, reinando sempre o silêncio.
Fonte: Livro “Lembranças Camponesas” – Agostino Lazzaro, Cleci Avancini Coutinho, Cilmar Franceschetto. 1992.
Fotos acervo do IFMS.
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